Estou certo que este episódio vai mudar o eixo político e social de Itapoá. O que está em jogo é o respeito à cidadania e a população do nosso município, a qual, em momento algum, se posicionou contra a construção do terminal portuário. Ao contrário, sempre foi tolerante com os transtornos durante a fase de sua implantação, inclusive permitindo a utilização de seu precaríssimo sistema viário para o transito de máquinas e equipamentos na fase de construção.
A atividade portuária e correspondente transporte de cargas, face os riscos previsíveis, foram oportunamente afastados pelo legislador da época que delimitou, em lei, tanto a área portuária como retroportuária. Com esta segregação foram compatibilizadas e foi viabilizada a convivência da área turística, de comércio, indústria e principalmente a parte de moradia e vias públicas indispensáveis ao deslocamento mais seguro de sua população, principalmente escolares.
Não podemos perder conquistas, mesmo que a título provisório ou por tempo supostamente limitado. Basta olhar Paranaguá, exemplo de caos urbano com as atividades portuárias totalmente misturadas com a área urbana. Resultado: sujeira, poluição, riscos, transito pesado lento e caótico, sucateamento da pavimentação, tudo suportado pelo contribuinte que se obriga a pagar pela manutenção. Este não é o caminho para Itapoá e sua laboriosa população.
Quem não cumpriu sua parte para o sucesso do empreendimento PORTO foi o Governo do Estado. Itapoá não pode assumir esse ônus. Se o fizer estará seguindo o destino de Paranaguá, o anti-exemplo.
Kanitar Aymoré Saboia Cordeiro
Presidente do Conselho Deliberativo